sábado, 26 de julho de 2014

Capítulo 6

Capítulo 6: Jenny e a Cápsula do Tempo.
Quando me virei tive uma grande surpresa, pode ser, mesmo que por um instante, que eu fiquei muito feliz e aliviado de vê-la! Era a Jenny, ela estava linda, estava usando um vestido de flores amarelas...Seu cabelo estava lindo também, Jenny tinha o cabelo cacheado mais perfeito que ja tinha visto na vida...Seus olhos verdes como uma folha de árvore... sua pele era linda como a de um pêssego...
Enquanto eu a encarava ela batia palmas para mim e dizia: "Nunca pensei que você fosse assim Jay! Você cresceu mesmo haha..." Eu não conseguia dizer uma palavra, ela sorria como se tivesse ganhado um presente. Então eu disse em resposta: "Eu andei aprendendo com o passar dos anos...O que te trás aqui Jenny?".
Ela me pega pela mão e me leva até o banco da praça, tira a mochila das costas e abre, tira de lá de dentro uma caixa cheia de terra. Ela me diz: "Bom... eu me senti muito culpada por tudo o que aconteceu com você Jay, então eu desenterrei uma coisa daquele terreno do lado da casa de seu pai. Como eu soube que você perdeu sua memória, resolvi traze-las para você! Tanto de coisas suas como coisas nossas..."Fiquei tentando lembrar de que tínhamos enterrado uma caixa com nossas coisas...até que me veio uma memória...
Eu e Jenny no terreno fazendo um buraco...e colocamos o que mais gostávamos lá dentro...Jenny colocou uma foto de sua mãe, enquanto eu coloquei uma foto em família e amigos, fechamos a caixa e enterramos junto a árvore, por que um dia nós dois iriamos abri-la.
Me pego olhando fixamente para a caixa e pergunto para Jenny:" Você veio até aqui para me ajudar a lembrar do meu passado?"
Ela responde:" Você é muito importante para mim James Tayler! Eu faria qualquer coisa para você Jay! E não me importo se você não pode ficar comigo...o que importa é você estar bem e feliz...por isso te troxe a cápsula do tempo, tem uma foto que você gostaria de ver."
Ela tira a foto da caixa e entrega em minhas mãos...nela estava: Meu pai, minha mãe, Rebecca minha irmã, eu, Mike, Greg segurando a mão de uma menininha, e o meu avô. Olho fixamente para o Greg e percebo que aquela menininha de mãos dadas com ela, na verdade era a Michaella...Fiquei encarando aquela foto por uns quinze minutos...Nisso Jenny começa a chorar. Viro meu rosto em direção a ela e digo: "Por que está chorando "Jane"?"
Ela me olha assustada, mas derrepente ela começa a sorrir! E com um olhar de alegria me fala: " Você me chamou de Jane! Você se lembrou das coisas né Jay?" E me dei conta de que minhas memórias voltaram para minha cabeça, e lembrei também que Greg era irmão de Michaella e que eu me sentia confortável perto dela por que nos conhecemos desde pequenos, por isso era como se eu conhecesse ela, por isso me apaixonei tão rápido a ela. Fui em direção a cabeça de Jenny e lhe dei um beijo na boca. Ela me empurra e fala em um tom de quem não tinha entendido o que aconteceu: "Não faça isso Jay! Você tem que ser forte pela Michaella! Eu ja sei o que aconteceu com ela...você deveria estar com ela... e não aqui no parque cuidando de pássaros..."
Eu disse a ela: "Está com medo de eu trair a Michella?"
Ela responde que sim...em seguida eu falo: "Eu não trai a Michella...eu trai você Jenny...e me sinto um merda...me desculpa Jenny?... por que eu tive que te deixar na Colombia...?"
Ela pega a caixa e guarda a caixa de volta na mochila, se levanta, põe a mochila nas costas e me pega pela mão...e diz: "Levanta! Vamos ao hospital, vamos ver a Michaella...Se ficarmos olhando para o passado nunca veremos o que está por vir em nosso futuro James...Eu sou seu passado...Michaella é seu futuro! Não a perca, assim como eu perdi você!"
Me levantei do banco e como se fossemos duas crianças nós saímos correndo em direção ao hospital. Chegamos a recepção e pedimos informação sobre a Michaella. Disseram que ela estava no quarto ainda e que ainda estava em coma...Então fomos em direção ao quarto. Quando chegamos lá, estava lá sentado ao seu lado seu irmão Greg...me parecia abatido, desanimado, descontente com a situação. Então ele vira pra mim que estava em direção a porta e diz: "Eu não disse para não aparecer por aqui? O que quer aqui agora James?"
Eu respondo: " Eu bati com a cabeça a uns anos atras...e depois disso eu tenho perdido a memória muito rápido, eu não lembrava que você e Michaella eram irmãos...e eu me apaixonei por ela por engano...eu acho que confundi amor com amizade...eu vim te pedir desculpas pelo mau entendido e quero me despedir da Michaella."
Jenny me olha de um jeito estranho e me diz bem baixinho para o Greg não ouvir: " O que você está fazendo James?" E eu no mesmo tom de voz a respondo em sussurro: "Estou deixando ela livre...Como você mesmo disse, se você ama, deixe livre. Ela ja tem problemas demais para aguentar alguém com esses problemas de memória..."
Greg se levanta da cadeira vem em minha direção, e me abraça... dizendo:" Bem vindo de volta amigão! Estava com saudades de você já rapaz."

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Capítulo 5

Capítulo 5: Um laço desfeito.
Ele ficou ali me encarando esperando uma resposta, mas eu ainda não tinha entendido o por que que ele estava ali...o por que ele estava fazendo isso, sempre fomos amigos... desde pequeno...
E me veio mais uma vez aquela cena da praia, mas estava diferente, meu pai e minha mãe estavam brigando, minha irmã estava chorando...e Greg do meu lado me dizia: "Não preste atenção na briga James, olha como as nuvens estão parecendo animais..." E eu estava lá olhando para cima, mas eu não aguentei e me virei...meu pai estava a minha cabeça e não de alguma pessoa...
Greg me joga no chão como se eu fosse um pedaço de papel, ainda furioso ele diz: "Me responde James! Onde estava quando ela sofreu o acidente? Depois de anos como amigos, você me trai deste jeito!" Eu não conseguia lembrar muita coisa de Greg...Apenas aquela parte da praia, eu muito sem jeito de dizer que não lembrava de nada, olhei para o Greg e disse:
"Do que você está falando? Eu estava na Colombia, na casa do meu pai...ela estava bem até a ultima vez que nos comunicamos, eu só soube do acidente quando cheguei em casa, ela não me respondeu mais..."
Greg não aceitou a minha resposta, então ele me levantou do chão, ainda com muita raiva, olhou nos meus olhos e disse: "Eu voltei do exército por causa da Michaella, me ligaram para eu voltar e ir pro hospital, eu voltei...Michaella em coma, não responde a nada...a amiga dela não sofreu um arranhão...e eu, aqui esperando que ela se mexa nem que seja um dedo, e derrepente me aparece você com a maior cara lavada, dizendo como ela está? e que você é o namorado dela? O que aconteceu com você James? Qual o seu problema cara? Saia daqui não quero que você nem chegue perto deste quarto...E se você apenas pensar em voltar aqui eu vou quebrar sua cara!"
Ainda não conseguia entender...então abaixei a cabeça e coloquei a mão no bolso, e tirei o colar de pedras, e dou para o Greg e digo: "Eu não vou voltar mais, pelo menos dê este colar para ela...não por mim...minha madrasta mandou para ela...por favor...se ela tiver alguma melhora, me avisa? não precisa conversar comigo apenas me avise da melhora..."Ele pega o colar e põe no bolso, e foi me empurrando para fora do quarto. Olhei por cima do ombro dele, para pelo menos ter uma última imagem dela na cabeça.
Ele antes de fechar a porta, ele me olha nos olhos e diz: "Não volte por favor...ela é minha e eu amo ela...não posso perde-la, ja fiquei longe demais dela, não posso mais viver sem ela..." Então ele bate a porta.
Aquelas palavras...fiquei derrotado...saindo do hospital me sentei na escada da frente. Fiquei ali por um tempo, até minha mãe me ligar...pedindo para ir para casa, que ela precisava sair...Eu não conseguia responder ela...então simplesmente desliguei o celular. Fui andando para casa, no caminho eu parei naquele parque, me sentei no mesmo banco, e parece que a cena estava se repetindo...só que nesta cena ela não aparecia mais... olho para o lado e um pássaro pousou no banco, fiquei pensando se não foi o mesmo pássaro que ela cuidou, então ele saiu voando.
Eu não sabia o por que eu estava ali, só ficava pensando o por que Greg estava tão furioso comigo. Peguei minha mochila que estava em cima do banco, coloquei nas costas...e quando estava quase saindo do parque eu vejo algo muito parecido com o que vivi: Um pássaro com a asa quebrada...Fiquei olhando para ele, e claro que não poderia ser o mesmo pássaro, e também pensei que Michaella não poderia cuidar dele mais... Então peguei ele com as duas mãos e levei ele para casa.
Bati na porta com o pé e pedi para a Rebecca abrir para mim, por que estava com o pássaro na mão. Ela abriu e ficou fascinada pelo pássaro, então pedi para ela pegar uma caixa de papelão para por ele...Liguei para o veterinário mais próximo, mas sempre dava ocupado, então depois de por ele na caixa fui leva-lo ao veterinário. Sai correndo como se aquilo dentro da caixa fosse uma pessoa, cheguei no veterinário e estava fechado, o horário de funcionamento era até as seis horas da tarde. Então me encostei na parede e sentei no chão, fiquei ali a noite toda. Como tinha desligado o celular minha mãe ficou me procurando pela cidade,ela foi em quase todos os veterinários da cidade, até que ela me encontra sentado na calçada. Como já era de manhã resolvi esperar o veterinário abrir, derrepente para um carro no local, era o Veterinário, que provavelmente iria abrir o consultório.
Ele sai do carro, e vai até a porta, ele olha para o lado e me vê sentado na calçada. Ele assustado me pergunta: "Você esperou a noite toda aqui na frente rapaz?" Eu morrendo de sono respondi: "Esperei sim...ele quebrou a asa e não sabia o que fazer..."
Ele abre a porta e pede para eu entrar no consultório. Ele examina o pássaro e diz que ele pode se recuperar logo logo, fiquei aliviado...e disse: "Ainda bem, obrigado Doutor...é...qual seu nome mesmo?"
Ele da risada e diz: "Meu nome é Mike Houson! não cobrarei sua consulta, por que achei muito bonito seu gesto de esperar a noite toda na frente do meu consultório só para salvar este pássaro!" Será que era coincidência? O nome do doutor ser o nome do meu amigo falecido? Mas isto não me intrigou tanto, levei o pássaro para casa, e cuidei dele. Passaram-se uma semana e toda manhã eu ia para o hospital, me sentava na escadaria da frente, e ficava imaginando como ela estava...entrava no hospital e perguntava para uma enfermeira como ela estava, mas ela não podia me passar muita informação por que eu não era da família...eu fazia isso todo dia, toda manhã, já tinha virado rotina...
Então fui levar o pássaro para o parque, ele já estava melhor da asa, tirei ele da caixa e o libertei. De repente eu escuto barulho de palmas, fiquei procurando de onde vinha...e quando me virei tive uma surpresa...

Capítulo 4

Capítulo 4: A volta para casa...

"...Você tinha 12 anos... e você não se lembra do que aconteceu da última vez que esteve aqui por que...você sofreu um acidente filho...Você brincava com a Jenny na praia, eu fui até o carro pegar uma toalha... eu me culpo até hoje pelo que aconteceu... fui buscar a toalha e você foi pra perto das pedras... quando veio a onda e te empurrou para cima da pedra, você bateu com a cabeça e eu fui correndo pro hospital com você... por sorte você não teve complicações, o médico disse que poderia ocorrer um perda de memória que talvez fosse temporaria ou permanente..."
Fiquei assutado com aquela informação, mas isso explica o por que eu tento lembrar de algumas coisas e não consigo. Foi por isso que eu não lembrei sobre ter pedido a Jenny em namoro, com uma voz de susto eu falei pro meu pai: "Nossa...eu sofri um acidente? Por que minha mãe nunca me contou nada? Bom, ainda bem que não tive complicações...Obrigado pai..." Dei um beijo no seu rosto e sai do escritório.
Fui correndo pra casa da Jenny para explicar o que havia ocorrido, chegando lá o pai dela me disse que ela tinha ido para praia tomar banho no mar. Peguei a bicicleta do meu pai, e fui correndo para praia encontrar a Jenny. Quando cheguei na praia avistei Jenny molhando os pés na água, então encostei a bicicleta em um poste e fui correndo em direção a Jenny. Gritei seu nome, e ela olhou para trás...e me perguntou: "O que você quer James?" me disse isso em um tom de raiva. Respondi ofegantemente: "Eu preciso te falar uma coisa! Agora eu sei o por que eu não me lembro do que aconteceu da última vez que estive aqui!"
Ela indo mais para o fundo, fala: " Eu não quero ouvir suas desculpas esfarrapadas, me deixa em paz...Volte para sua namorada e me deixe viver minha vida!"
James: "Eu sei que você está com raiva Jenny! Conversei com meu pai hoje e ele me disse que eu não me lembro, por que eu sofri um acidente nesta mesma praia! Bati com minha cabeça na pedra enquanto brincava com você!"
Jenny com um olhar assustado, fica sem reação. Ela não conseguia falar sequer uma palavra, então continuei: "Me perdoe Jenny! Eu não tive a intenção de te magoar...eu gosto muito de você! você é minha melhor amiga desde pequeno! Me perdoa!"Jenny sente que eu estava falando a verdade e também estava falando com o coração, então ela vem andando em minha direção, chega bem perto de mim, segura minha mão... olha nos meus olhos e me da um beijo, em seguida ela diz: "Está perdoado Jay! E mais que isso...eu te deixo livre, eu sei que você ama muito aquela garota...ela deve ser muito especial mesmo haha...eu sempre vou te amar James...Meu pai sempre me disse: Se você ama muito uma coisa, deixe-a livre, talvez a liberdade seja a única coisa que você possa oferecer."
Fiquei aliviado por ela ter me perdoado, e também que ela não ficou com raiva de mim por eu estar namorando outra garota. Se passa uma semana e chegou a hora de ir embora para casa. Me despeço de Jenny com um abraço apertado, me despeço de minha madrasta que me dá um colar de pedras brilhante e diz: "Dê para sua namorada!", eu fiquei pensando...eu nunca falei dela... como ela sabia?... Meu pai foi levar eu e minha irmã no aeroporto. Meu pai me dá um abraço, e um beijo no rosto e diz: "Até a proxima vez Jay...o pai te ama viu!" eu respondo: " Eu também te amo pai!" Ele se despede da Rebecca também e pegamos o avião.
Ao chegar em casa, era mais ou menos quatro horas da tarde, coloco minha mala no quarto e ligo para Michaella, mas ela não atende o celular. Tentei ligar umas cinco vezes no celular e nada de ela atender, ligo na casa dela e ninguém atende o telefone. Fiquei preocupado e fui até a casa dela, chegando la a empregada atende a porta...
"Pois não? Posso ajuda-lo Senhor James?..."
James: "A Michaella está? Ela não atende as minhas ligações..."
Nisso ela fica calada por um minuto e responde com uma voz de tristeza: "Ninguém contou para você não é James?" Nisso meu coração disparou, quase saido pela boca, fiquei desisperado e perguntei para a empregada: "O que aconteceu?! Onde a Michaella esta!?"
Ela me responde: "James... Michaella sofreu um acidente no final de semana...ela estava no banco da frente do carro com uma amiga...elas bateram em um ônibus, a amiga dela não teve nem um arranhão, mas a Michaella...Ela bateu muito forte com a cabeça e...ela está em coma...no hospital do centro da cidade..."
Sem pensar duas vezes, fui correndo para o hospital, chegando lá pedi informação para a Enfermeira, ela me disse o quarto onde ela estava e o andar. Não consegui esperar o elevador, então fui de escadas, procurei pelo quarto número 406...Quando finalmente achei o quarto entrei como se fosse o vento, e lá tinha um homem de pé perto da cama, ele me olhou e eu olhei para ele...olhei para a cama e era um garoto...Sim, eu entrei no quarto errado, acho que eu entendi o número errado, o número de verdade era 409.
Abri a porta bem devagar...e logo de cara me aparece uma figura na minha frente...era o meu antigo amigo Greg...fique imaginando:" o que ele faz aqui?" Ele vira o rosto para mim, e logo ele percebe quem sou, então ele diz: " O que faz aqui James?"
Na mesma hora me vem um flash na cabeça... Aquela mesma memória de meus pais na praia junto a minha irmã e eu na água olhando para as nuvens, e aquela criança que não tinha rosto, logo começo a me lembrar da sua afeição, era o Greg...Greg era meu amigo desde a infancia assim como o Mike, ele era calmo, cabelos castanhos, olhos negros e uma cicatriz em seu olho direito, mas acontece que Greg foi morar com seus avós para poder estudar numa escola particular fora do país, foi neste tempo que nos separamos e nunca mais nos vimos...Até encontro ele naquele quarto do hospital.
Não entendi a ligação dele com a Michaella, então eu respondi : "Vim ver minha namorada, como a Michaella está?" Ele me olha com um olhar estranho, um olhar desconfiado, ele vem em minha direção, me puxa para dentro do quarto e fecha a porta. Ele derrepente me segurou pela camisa e me levantou, e com raiva ele diz: "Como assim sua namorada?! Do que você está falando? Onde você estava quando Michaella se acidentou?"
Não tive resposta para aquela pergunta...Mas fiquei com uma pergunta na minha cabeça: Por que ele estava ali? Qual sua ligação com Michaella?"

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Capítulo 3

Capítulo 3: Uma semana na Colombia?
Chegou o dia mais esperado do ano para mim, meu pai me mandava as passagens para mim e para Rebecca para passar uma semana na casa dele. Fui até a casa Michaella, a empregada dela me disse que ela tinha ido até as pedras na praia.
Procurei ela na praia e ela estava sentada nas pedras, Gritei seu nome, ela me escuta e vem correndo em minha direção. Quando ela chegou perto eu levantei ela no ar, quando abaixei dei um abraço apertado nela e um beijo. Me pergunta:
" O que te trás aqui na praia ?"
Eu respondi:
"Vim me despedi de você, ficarei uma semana fora do país"
Michaella:
"Nossa! Para onde vai, viajante?"
James:
"Vou para casa do meu pai na Colombia, mas volto em uma semana. Meu avião sai hoje a tarde."
Michaella:
"Tudo bem, vê se vai direitinho hein! E volte! Uma semana é muita coisa sem eu ver você! Me liga de lá ta? E cuidado!"
Michaella da um beijo na minha testa e eu também retribuo o beijo, Michaella me acompanhou até o aeroporto junto com Rebecca minha irmã, nos despedimos e peguei o avião.
Depois de mais ou menos seis horas de voo, chegamos à Colombia, meu pai ja estava me esperando no aeroporto. Rebecca saiu correndo em direção ao meu pai e lhe deu um abraço, nisso meu pai me chama: "Vem você também Jay!"
Bom vou apresentar meu pai, o nome dele é Jeremy Tayler, um homem alto, cabelos negros, barba mal feita, olhos castanhos, corpo atlético, e não sei como minha mãe deixou ele escapar, ele vive aqui na Colombia com minha madrasta, seu nome é Alma.
Meu pai é arquiteto, mora em uma casa muito bonita, e não tinha filhos com minha madrasta Alma. Minha madrasta até que era uma boa esposa, cozinhava bem,  era bonita, cuidava bem do meu pai, e além disso ainda era advogada.
Quando chegamos na casa de meu pai, tive uma grande surpresa, a casa dele estava diferente do que eu lembrava, estava muito mais bonita e elegante. Meu pai tinha feito um quarto para mim e um quarto para Rebecca, guardamos nossa bagagem, enquanto Rebecca arrumava suas coisas eu fui dar uma volta. Onde meu pai morava existia um terreno abandonado, que todas as vezes que eu vinha para casa do meu pai eu gostava de ir la e subir numa árvore que dava para ver o bairro todo de lá. Quando eu subi na árvore levei um grande susto! Uma garota já estava la em cima...Era a vizinha do meu pai, seu nome era Jenny. Jenny e eu brincávamos muito nas vezes que eu estava no meu pai. Ela olha pra mim e diz:
"Estava te esperando Jay! Ouvi seu pai falando com o meu, que você viria para cá, e imaginei que viria para a árvore."
Ela me falou isso tão naturalmente, como se tivéssemos crescido juntos. Eu com muito vergonha e sem jeito, não consegui falar nada para ela. E acabei escorregando de cima da árvore...não me machuquei nem nada, mas morri de vergonha. Ela percebeu que eu estava com vergonha, então ela também desceu da árvore, e me perguntou: "Não lembra de mim James?"
E nisso eu respondi: "Lembro sim Jenny, só fiquei meio sem jeito... e você me assustou lá em cima hein! E você também está muito diferente garota!"
Então rimos uns dois minutos, até que lembrei das coisas que fazíamos, nós brincávamos, jogávamos ovos na janela dos vizinhos, entre outras coisas. Jenny me encara por um tempo e diz:
"Você também mudou bastante James...você está tão bonito...tão mudado..."
Muito envergonhado respondi:
"É eu mudei um pouco sim...mudei por uma garota...ela me fez mudar bastante!"
Nisso ela abaixa a cabeça e desvia o olhar e sussurra: "Uma garota é..."
James: "Sim uma garota que conheci...ela é muito especial para mim"
Então meu celular toca, era Michaella , e quando eu fui atender Jenny sai correndo... eu sem entender nada, atendo a ligação: " Oi Michaella! Tudo bom amor?"
Michaella: " Tudo bom! Chegou bem aí na casa de seu pai? Liguei por que não aguento mais meu pai conversando com a namorada dele! Ficam horas e horas no telefone...eai novidades?"
 James: "Por enquanto sem novidades, vim dar uma volta no bairro, e ja to morrendo de saudades de você!"
Michaella: "Eu também Jay! Fui no asilo hoje, mas não tinha nada para eu fazer la, então voltei para casa...Quando você volta Jay? "
James: "Bom daqui a uma semana, mas queria estar em casa já, as coisas não são mais as mesmas por aqui..."
Michaella: "James, vou desligar ta bom? Meu pai está me chamando, beijo Jay! Saudades de você! Tchau!"
James: "Tchau, beijo."
Desliguei o celular, e me bateu muita saudade dela, então me encostei na árvore e sentei no chão. Fiquei ali por horas pensando, escutei meu pai me chamando, mas nem me movi dali, olho para o muro e vejo meu pai apoiado sobre os braços me olhando por cima do muro. Ele vê que eu estava meio triste e pergunta: "O que está acontecendo Jay?"
Respondo que não estava acontecendo nada, só estava um pouco cansado da viajem. Então entrei para casa, e fui tomar um banho, me sentei no chão de baixo do chuveiro,e comecei a chorar...não de tristeza e sim de saudade. Muita gente pensaria que era frescura minha, só que Michaella era uma garota muito especial para mim, ela entrou na minha vida num momento em que eu precisava de alguém do meu lado, ela foi um anjo mandado para me salvar da minha própria solidão. Depois do banho fui direto para cama, me deitei, nisso meu pai entra no quarto, e senta na cama do meu lado e diz: "Filho, tem alguma coisa acontecendo com você, se você não quiser me contar tudo bem, só quero que saiba que...eu sempre vou estar do seu lado ta? Não posso estar presente todo dia na sua vida...Posso não estar junto de você e da sua irmã, só quero que saiba que sempre vou ser seu pai... Queria muito que você confiasse em mim...Boa noite Jay...Te amo filho, não se esqueça disso."
Me dá um beijo no rosto e passa a mão no meu cabelo, vai em direção da porta e antes dele sair eu respondo: " Eu também te amo pai..." Ele fecha a porta. Logo pela manhã recebo uma mensagem da Michaella, me dando bom dia e que estava com muita saudade, eu respondo a mensagem dizendo que estava com muita saudade também, me levanto da cama e vou em direção a janela, abro as cortinas e uma coisa na rua me chama atenção...
Jenny sentada no meio-fio com a cabeça baixa e com um um colar de conchas na mão. Logo me vem uma lembrança que a muito tempo eu havia esquecido. Eu procurando conchinhas na areia, Jenny e meu pai fazendo um castelo na areia, depois que Jenny termina o castelo junto com meu pai ela grita: "Jay! terminei! Venha se curvar diante da Rainha da Praia!". Nisso eu faço um colar de conchas para ela e me curvo em sua frente e falo: "Fiz este colar para a Vossa Alteza! Aceite meu pequeno presente minha Rainha!"
Com os olhos brilhando de alegria ela diz: "Aceito sim nobre Cavaleiro!". E também lembro de meu pai estar lá só dando risada da nossa brincadeira...Por um instante eu fiquei feliz dela ter guardado o meu presente, então fiquei meio chateado por não ter dado muita atenção para ela no outro dia. Fui até ela, sentei no meio-fio e falei:
"Você guardou meu presente! Então parece que você gostou dele não é?"
Ela responde: " Eu gostei muito sim... Parece que você não se lembra de nada da última vez que você veio não é?"
Eu meio confuso tento lembrar, mas nada vinha na minha cabeça...Então eu respondi:" Não, eu não lembro de nada Jenny...o que aconteceu?"
Ela começou a chorar e abaixou a cabeça e disse: "Você me pediu em namoro James... e derrepente você volta, e não lembra de nada e também namorando outra garota..."
Eu fiquei em choque! Mas realmente eu não lembrava de nada, era como se eu tivesse feito uma lavagem cerebral. Então levantei o rosto dela, olhei no fundo dos seus olhos, enxuguei seu rosto com os dedos e disse calmamente: " Sinto muito por você estar sofrendo assim Jenny...eu realmente não lembro do que aconteceu...eu sei que te magoei, me desculpa...se eu puder fazer alguma coisa por você..."
Ela me responde: "Eu ficaria feliz se você fosse embora...você ja me fez sofrer demais..."Ela pega o seu colar e sai correndo para casa. Eu fiquei ali sentado, mandando mensagem para Michaella, e também escutando algumas músicas. Minha irmã me vê de longe e vem correndo em minha direção, ela senta do meu lado e vê que eu não estava muito bem e pergunta: "O que aconteceu maninho?" Eu não queria responder, mas eu pensei bem e perguntei: "Becca, o que aconteceu na ultima vez que viemos para a casa do pai? Você se lembra?"
Rebecca: "Bom eu não lembro de muita coisa, mas eu lembro que o Mike veio com a gente também, e vocês bagunçavam muito...Ah e você arrumou uma namoradinha também haha..."
James: "Até você se lembra disso Becca... Por que eu não consigo lembrar de nada?"
Rebecca sem saber o que responder, se levanta e fala: " Acho que o pai me chamou...Até depois Jay!"
Fiquei intrigado com aquilo, então fui direto a fonte, meu pai. Meu pai estava no escritório dele desenhando uma planta para uma futura construção que iria fazer, então cheguei por trás dele bem devagar. Ele percebe que eu estava la, e pede para eu sentar perto dele. Então eu aproveitei e perguntei: "Pai...por que eu não me lembro do que aconteceu da última vez que eu estive aqui?"
Ele fica sem jeito e me responde: " Eu sabia que este dia chegaria... Jay...Você tinha 12 anos... e você não se lembra do que aconteceu da última vez que esteve aqui por que..."

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Capítulo 2

Capítulo 2: "Meu nome é James Tayler"
A garota olha para mim, e esboça um sorriso meio que de lado. Ela me pergunta se gosto de passaros, eu um pouco envergonhado respondo que não gostava exatamente de passaros, e sim que gostava da liberdade que essas criaturas possuíam desde seu nascimento. Ela concorda, e me pergunta o meu nome, sem pensar eu respondo rapidamente: "Meu nome é James Tayler, e o seu nome?"
Ela com um sorriso lindo em seu rosto, responde: "Meu nome é Michaella Ramirez, prazer em conhece-lo James Tayler". Nos encaramos por uns cinco minutos, quando percebemos que estavamos nos encarando, ficamos vermelhos de vergonha. Então conversamos o resto da tarde no parque, depois saimos para comer uma pizza. Descobri que Michaella gostava de animais, que ela ajudava todos os domingos o asilo da cidade, que sua mãe era mexicana, seu pai era americano, gostava de nadar e não curtia festas.
E mais uma vez a paz retorna a mim, trocamos telefone, e endereço, Michaella morava numa casa na praia, e por coincidencia era a mesma praia que eu costumava frequentar. Então me despedi de Michaella, e dei um beijo no rosto, e senti sua pele macia, e eu meio que me apaixonei por ela. Fiquei admirando ela ir embora, seu passo era como se ela tivesse pisando em nuvens, ela me olha de longe e me manda um beijo, fiquei meio sem jeito e dei um tchau com a mão.
Michaella no outro dia de manha me manda uma mensagem dizendo o seguinte:
"James,
Bom dia! Poderia me encontrar hoje de tarde na praia? To afim de fazer um picnic, Ah! não precisa levar nada ein! Pode deixar comigo! É... me encontra perto das pedras ta bom? É... o que mais... Ah tras toalha hein! Quero dar uns mergulhos, claro você só tras se você quiser nadar né... acho que ja falei demais rs, ok.
Beijos James até mais tarde, caso não possa ir me manda uma mensagem viu, beijos! "
Imagina como é acordar e ler uma mensagem dessas, fiquei tão feliz! Então eu respondi:
"Michaella,
Fico feliz por me convidar, faz tempo que não me convidam para fazer qualquer coisa, e fico feliz também por lembrar de mim, apesar que nos conhecemos ontem e não teria como esquecer tão rapido assim rs Acho que estou falando muito também! Bom te encontro lá ok? Beijo Michaella."
Michaella ao ler solta um grito de alegria, como se fosse uma menina ao ver seu idolo tocando na tv, ela fica tão feliz que saiu correndo para cozinha, para preparar as coisas para o picnic, enquanto ela preparava as coisas ligou o radio para ouvir e cantar junto.
James ligou para Michaella e conversaram a manhã toda, conversaram como seria o picnic, que gostaram de se conhecer, e também tiraram um tempo para se conhecer melhor. Criaram um laço forte, mesmo que tenham se conhecido no dia anterior um laço forte se formou.
Quando cheguei a praia Michaella não havia chegado, então me sentei numa pedra e tentei relaxar, era dificil para mim estar lá, no mesmo lugar onde meu amigo morreu, eu iria passar uma tarde com uma garota que gostava, meu coração estava acelerado, fechei meus olhos e tentei pensar em coisas boas...
Tentava pensar em coisas boas, mas parece que minha consciencia não iria me deixar em paz, eu sei que eu não iria conseguir salva-lo, mas minha consciencia pesava quando eu estava lá naquele lugar. A culpa era tão grande que comecei a chorar, tentava pensar em outra coisa, mas não conseguia.
E Michaella chega derrepente por tras de mim, e me ouve chorando, sem saber de nada, ela me pergunta: "James? Aconteceu alguma coisa? Você esta bem?". Me viro e olho no fundo de seus olhos, e não consegui me expressar... nem sequer uma palavra, então dei um abraço bem apertado em Michaella, dei um suspiro bem fundo e disse: " Não foi nada... Me lembrei de uma coisa que eu deveria ter esquecido já á muito tempo..." soltei ela e coloquei minhas mãos em seu rosto, sorri e em seguida dei um beijo em sua testa.
Michaella riu, e perguntou o por que do beijo na testa, sem demora eu peguei ela pela mão e sentei com ela na areia e respondi: "O beijo na testa é muito importante, por que além de dizer 'Eu te amo', ele também quer dizer 'Se cuida', ou no meu caso 'Você é muito importante para mim'". Uma lagrima cai do olho de Michaella, mas não era uma lagrima de tristeza, era uma lagrima de alegria. Michaella emocionada põe sua cabeça no meu peito e me abraça, nisso ela diz sussurando: " Apesar de te conhecer a pouco tempo James, você é muito especial pra mim também! E quer saber... eu amei o seu beijo... acho que nunca mais vou lavar minha testa!"
Os dois não se aguentaram e começaram a rir. A partir dali o clima chato se foi, arrumamos a toalha na areia e abrimos a cesta de picnic. Michaella tinha feito uma torta de maça para James. O sol começou a se por, nisso eu abraçei Michaella e ela deitou em meu colo. Michaella me diz:
"O sol está tão bonito James... e o mar está tão calmo... "
Eu disse:
" O mar é tão perfeito Michaella... e tão grande...ele tem tanto poder que poderia tirar a vida de alguém..."
Michaella:
"É... tão lindo e tão poderoso..."
E nos encaramos mais uma vez, olhamos no fundo dos olhos, e nos beijamos...Foi como um imã, os lábios dela eram tão macios e tinha um gostinho de morango. Não queriamos mais convesar, parecia que só existia a gente na praia. E o sol finalmente se pôs... Juntamos nossas coisas, peguei na mão dela e fui leva-la até em casa.
Conversamos até chegar na casa dela, ao chegar sentamos no meio-fio da calçada, coloquei minha mão no seu ombro e abraçando ela ao mesmo tempo, dei um beijo nela, e elogiei ela dizendo:
"Sua boca é tão macia... "
Ela sorri e diz: " Eu sei..."
Os dois começam a rir e acabam chamando a atenção do pai de Michella, aparecendo só a sombra dele numa janela, e ele diz: " Michaella é você?"
Ela responde
"Sou eu sim pai...."
Pai:
"Quem está ai com você?"
Michaella:
" Meu amigo, pai..."
Eu querendo rir da situação, Michaella me cutuca e pede para eu fazer silencio. O pai dela grita de dentro da casa:
"Pede para o seu amigo ir para casa dele, e você entra para casa, amanhã você tem muito o que fazer!"
Michaella toda envergonhada se levanta, me puxando junto, me abraça e me da um beijo... põe suas mãos em meu rosto e me dá um beijo na testa.
Michella: "Toma cuidado para voltar para casa, quando chegar me avisa por mensagem."
Michella entra para casa, e eu fui embora feliz da vida. Chegando em casa, abro a porta e vejo minha irmã sentada no sofá assistindo televisão. Era estranho por que ela vivia no quarto dela lendo livros, então perguntei a ela sobre minha mãe, ela diz que ela saiu com um homem a mais de 5 horas. Fui para o meu quarto intrigado com isso... aquele homem daquele dia era tão esquisito, e onde ela conheceu ele?
Liguei para Michella, fazia alguns minutos mais ja estava com saudades dela, e quem atendeu foi o pai dela. Ele pergunta quem é, e eu respondo que é o amigo da Michella, ele fala que ela esta tomando banho e pede para ligar depois ou amanhã por estar muito tarde. Eu sem jeito agradeci e desliguei... percebi uma coisa... o tom da voz dele...coincidencia?... não, não poderia ser...Fiquei com aquela voz na minha cabeça, até que peguei no sono, era mais ou menos duas horas da manhã na mesma hora que minha mãe chegou em casa.

domingo, 13 de julho de 2014

Capítulo 1

Capítulo 1: "Ciumes?"
Eu tinha apenas 4 anos quando minha mãe me levou a praia, não lembro muito bem de como foi aquele dia, só me lembro de uma coisa: As ondas.
As ondas me deixavam fascinado, seu jeito lindo de se formar, até mesmo quando elas quebravam na praia. Aos 7 anos minha mãe deixava eu ficar no raso, sempre imaginei como seria ir mais além, não gostava daquele limite.
Nos meus 14 anos a praia não me fascinava tanto quanto antes, era como se eu fosse obrigado a ir...As coisas mudam com o passar do tempo, e ele passa tão rápido, que quando você pensa que seus brinquedos são seus melhores amigos, você já está velho demais para eles.
Falando um pouco mais sobre mim, bom, meu nome é James Tayler, sou alto, cabelos negros , olhos castanhos e uma postura não muito boa. Neste exato momento estou com 19 anos, como ja tinha dito, muitas coisas mudaram na minha vida, por exemplo, meus pais se separaram, me mudei para um apartamento com minha mãe, minha irmã mais nova e meu cachorro que esta com exatamente 15 anos, sim é bastante tempo para um cachorro...Minha mãe se chama Diana Kley, solteira, cabelo loiro, olhos verdes e um rosto de modelo, sim eu não puxei quase nada dela...Minha irmã mais nova se chama Rebecca Tayler,14 anos, cabelo loiro, olhos castanhos, gosta muito de livros, passa quase que um dia inteiro dentro de seu quarto lendo.
Na escola eu era tipo: o garoto invisível. Ninguém gostava de ficar perto de mim, nem mesmo falava comigo, o que me salvava era meu melhor amigo do mundo todo! Mike sempre me fazia rir quando eu estava na pior, Mike gostava das mesmas coisas que eu, jogávamos vídeo-game, fazíamos academia, tentávamos conversar com garotas, na maioria das vezes sem sucesso. Meu pai morava fora do país, ele morava na Colômbia com minha madrasta, que até era legal.
Um dia Mike e eu combinamos de ir a praia, que a muito tempo eu tinha perdido o interesse. Mergulhamos, nadamos, ficamos queimados pelo sol, parecíamos dois camarões. Até que bateu a fome. Mike e eu fomos procurar um quiosque para comprar algo para comer, e encontramos um com diversas opções de cardápio. Mike comeu três porções de camarão sozinho, enquanto eu comi um hot-dog, que inclusive estava tão ruim que eu nem terminei de comer tudo.
Saindo do quiosque Mike corre em direção a água. Dei um grito na mesma hora, avisando para não entrar na água, por que tinha acabado de comer. Mike não entendeu o que falei pois estava muito longe, e assim entrou na água. Nadou até certo ponto do mar e mergulhou...Eu de longe não tive reação ao ver ele mergulhando. Mike demorava para subir a superfície, e então fui correndo em direção ao mar, até que finalmente aparece...Mike desesperado gritando por socorro, novamente fiquei sem reação...eu só conseguia gritar por ajuda.
Mike teve cãibra em sua perna esquerda, e desmaia, assim afundando novamente. Mergulhei em sua direção, mais já era tarde. A corrente leva Mike, o jogando contra o paredão de pedras, Mike foi quase que esmagado. Saí correndo pra procurar ajuda, até que achei um salva-vidas, e contei tudo pra ele.
O corpo de Mike não sofreu muito dano, os médicos disseram que ele só tinha uma fratura no braço direito e uma pequena rachadura no crânio. Foi o dia mais triste da minha vida... ver meu melhor amigo, ou melhor um irmão sendo levado para baixo da terra.
Um ano se passou e até hoje me pergunto...As ondas levaram meu amigo por ciumes? Por eu ter deixado elas de lado e arranjado um amigo de verdade? Dia após dia eu visitava a praia, aquele mesmo lugar,onde fiquei parado vendo meu amigo sendo tirado de mim. E sempre que eu lembrava dele pedindo socorro eu não aguentava e chorava. Eu não trabalhava, não estudava mais, não fazia nada da minha vida. Eu tinha planos com Mike, ele seria Médico e eu Advogado.
Aos poucos fui me aproximando novamente do mar...quando criança eu era fascinado pelas ondas, agora mais velho o que me fascina é: por que algo tão lindo pode ser capaz de tirar a vida de alguém? Fui lembrando de quando mais jovem, minha irmã brincando na areia de baixo de um guarda-sol, minha mãe e meu pai se beijando sentados junto a minha irmã, e eu na água olhando para as nuvens no céu, tentando formar figuras de animais, e ao meu lado uma criança puxando meu braço, não conseguia lembrar quem era aquela criança...Toda vez que tentava lembrar quem era me vinha na mente um grito de socorro, e então eu me assustava.
Voltava da praia por volta das cinco da tarde. Chegava em casa, tomava banho, ia até a geladeira e via o que tinha para comer, acabava que não comia nada...ia para cama, fechava o olho e imaginava minha vida perfeita.
Certo dia de manhã minha mãe bate na porta do meu quarto, como eu não havia respondido ela entrou. Ao entrar no quarto ela se depara com uma cena nada comum... a cama bagunçada, minhas roupas espalhadas pelo quarto, a televisão fora do ar, e eu deitado no chão como se tivesse levado uma surra. Minha mãe desesperada me levanta do chão e me põe na cama e me pergunta,  ja com um semblante de choro, o que tinha acontecido e por que eu estava jogado no chão. Não conseguia nem falar...então peguei minha mochila e sai.
Fui caminhando até chegar no shopping, passava de loja em loja sem ao menos parar. Saio do shopping em direção ao Parque da cidade, e me sento num banco. Olho de um lado para o outro, vejo mendigos bebendo como se fosse o ultimo dia de suas vidas, vejo crianças brincando no parquinho, mães admirando suas crianças interagindo uma com as outras, mas uma cena me chama a atenção...uma garota abaixada no meio do parque segurando um passarinho com a asa quebrada. Fiquei ali olhando para ver se algo acontecia... ela levanta e vai em direção a rua. Ela era muito bonita, cabelos longos e negros, olhos azuis, pele branca como a neve, e não era a branca de neve, tinha um sorriso perfeito.
Depois de atravessar a rua ela some, então fiquei ali esperando ela voltar, mais ou menos umas duas horas. Se passam duas horas e meia, e nada dela aparecer... peguei minha mochila e levantei, no mesmo momento minha mãe me liga, dizendo que estava preocupada e para não voltar muito tarde para casa.
Apesar de não conhecer aquela moça, algo nela confortava meu coração. Não conseguia explicar o que em especial nela me deixava tão leve, tão confortável. Voltei para casa, minha mãe estava me esperando na sala. Ao olhar em meus olhos, ela conseguia ver a paz voltando a minha mente, então sem ao menos dizer uma palavra, ela me abraça e me dá um beijo na testa. Então fui pro meu quarto.
No outro dia de manhã, minha mãe bate na porta outra vez, e eu não estava mais la, algo chama sua atenção...meu quarto estava todo arrumado, até mesmo a cama. Estava no parque no mesmo banco, na esperança de encontra-la por la mais uma vez. Esperei quase que o dia inteiro, e nada dela aparecer. Peguei minha mochila e fui embora, e sem querer desviei meu caminho para a praia.
Sentei na areia no mesmo lugar de sempre, o vento soprava em meu cabelo...era uma sensação tão boa...Olhava para o mar e não ouvia aquele chamado de socorro que outrora escutava. E então eu relaxei e me deitei na areia, e ali mesmo peguei no sono, cheguei até a sonhar, uma coisa que eu não conseguia a meses. Acordo com um beijo na testa, abro o olho bem devagar, e enxergo minha mãe, que estava ali olhando para mim com um olhar de felicidade. Minha mãe não gostava de ver nenhum de seus filhos sofrendo, só de ver que eu finalmente tinha conseguido dormir em paz, ela se emocionava.
Então minha mãe me chamou para ir embora para casa, eu disse a ela que não e eu queria ficar ali mais um tempo...então ela foi embora. Fiquei la sentado mais algum tempo, até que começa a chover... Sai correndo para baixo de uma cobertura de um quiosque, que por coincidência era o mesmo quiosque que eu e Mike havíamos lanchado no dia em que ele morreu. Me lembrei que ele gostava de camarão, e se eu tivesse impedido dele comer tanto, talvez ele pudesse estar ali de baixo da cobertura comigo.
A chuva passou, então fui correndo para casa. Chegando em casa vejo minha mãe conversando com um homem estranho na frente do apartamento, fiquei olhando de longe...
Minha mãe sorria e dava risada, até que ela me vê do outro lado da rua, e me chama. Ela me apresenta ao homem como seu filho mais velho, e eu ficava encarando ele me perguntando quem era essa pessoa e por que minha mãe estava conversando com ele na frente de casa.
Ele diz que seu nome Mark Benne, me apresento como James Tyler, e ficamos nos encarando mais ou menos uns 4 minutos, até que minha mãe interrompe e pede pra eu subir para casa, por que precisava falar com Mark a sós. Eu entendia que minha mãe precisava de um companheiro, mas porque escondeu isso de mim? Se eu não tivesse flagrado eles juntos, ela não me contaria? Fui até o quarto de Rebecca, ela já estava dormindo, então fui para meu quarto, tranquei minha porta e me deitei, e fiquei imaginando minha mãe casada com aquele homem, imaginei nossas vidas com mais um membro... isso só me deixava mais confuso, e os gritos voltaram para minha cabeça, e já vinha a memória de Mike se afogando em minha cabeça.
Mais uma noite sem dormir, mais pensamentos na minha cabeça, tanto novos quanto antigos, me vem mais uma vez a memória de minha irmã brincando na areia da praia, meus pais se beijando, eu na água olhando pro céu e ao meu lado aquela criança sem face, que não conseguia lembrar quem era, e de novo me vem o grito de socorro!
Pego minha mochila e saio de casa direto para aquele parque...meus olhos pesados de sono, quase que não enxergava nada, de longe vejo aquela garota...em suas mãos vejo algo impressionante: Era aquele pássaro com a asa quebrada, mas a asa dele já estava melhor. Então a garota vai até o centro do parque e o solta, o pássaro sai voando como novo. Quando me dei por si, eu já estava ao lado dela observando o pássaro.